“A filosofia da caixa preta” de Vilém Flusser é uma obra provocativa que explora a relação entre os seres humanos e a tecnologia, especialmente no que se refere à imagem. Flusser argumenta que, em nossa sociedade contemporânea, as imagens se tornaram uma forma de linguagem poderosa que pode moldar percepções e comportamentos, muitas vezes sem que tenhamos plena consciência disso. A metáfora da "caixa preta" ilustra a alienação que os usuários experimentam em relação aos dispositivos tecnológicos: eles interagem com esses aparelhos sem compreender completamente seu funcionamento ou as implicações de suas operações. Ao discutir a ascensão da fotografia e a valorização da informação sobre o objeto, Flusser revela a fragilidade da nossa autonomia frente à manipulação das imagens. Sua crítica é especialmente pertinente em um mundo saturado de conteúdo visual e tecnologia, onde a capacidade de discernir e questionar a realidade se torna cada vez mais desafiadora. A obra instiga reflexões sobre a necessidade de uma alfabetização visual crítica e nos convida a reconsiderar nosso papel em um cenário dominado por imagens e tecnologias que, embora possam enriquecer a experiência humana, também apresentam riscos de desinformação e alienação.
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